Sorvetes e açaí são mais do que delícias refrescantes para dias quentes. Eles carregam histórias, rituais, identidade regional, e movimentam uma das indústrias mais criativas e em expansão no Brasil.
Basta olhar os dados: estamos falando de um mercado que já ultrapassa os R$14 bilhões ao ano e cresce acima da média global, impulsionado por novos hábitos, inovação tecnológica e uma busca constante por experiências sensoriais únicas.
Mas, junto desse crescimento, vêm também novos desafios. Como se destacar em um setor tão competitivo? Como equilibrar saudabilidade e prazer? E, principalmente: como contar histórias que engajem consumidores em um cenário onde a comunicação é tão determinante quanto o sabor?
Para responder a estas e outras questões, a Doremus trouxe este artigo. Vamos explorar as principais tendências do mercado de sorvetes e açaí, entender os dados que moldam esse cenário e mostrar por que a forma como uma marca se comunica pode ser o fator decisivo entre ser mais um no freezer ou virar desejo na vitrine.
O Brasil está entre as maiores potências geladas do mundo — mas ainda não atingiu seu pico de sabor
O mercado brasileiro de sorvetes e açaí vive um paradoxo curioso. Por um lado, somos um dos países mais tropicais do planeta, com clima favorável ao consumo o ano inteiro. Por outro, ainda estamos longe de alcançar o volume per capita de países frios como Nova Zelândia ou Canadá. Isso significa um potencial latente.
O Brasil produz cerca de 1 bilhão de litros de sorvete por ano e movimenta mais de R$14 bilhões, com projeções otimistas para alcançar os R$20 bilhões até 2028. São mais de 11 mil empresas e cerca de 300 mil empregos diretos e indiretos girando em torno desse segmento.
E mesmo com esse volume, o consumo médio ainda gira em torno de 9,1 litros por pessoa ao ano, bem abaixo dos mais de 20 litros dos norte-americanos e dos impressionantes 25 da Nova Zelândia. Ou seja, há espaço para crescer — e muito.
Açaí: a superfruta que virou protagonista
Dentro do mercado de açaí, os números são ainda mais surpreendentes. A produção da fruta cresceu 70% em cinco anos, e o consumo segue em expansão tanto no Brasil quanto no exterior. Só o estado do Pará responde por 90% da colheita nacional, e as exportações já superam R$133 milhões por ano.
No mercado interno, o açaí representa mais da metade da indústria de sorvetes, sendo o sabor mais consumido em muitas regiões, inclusive no Sudeste.
Essa força não se deve apenas à moda ou ao apelo fitness. Ela está ligada a uma combinação de fatores: tradição, versatilidade, percepção de saudabilidade e adaptabilidade a diferentes formatos de consumo — da tigela ao pote, do energético à sobremesa premium.
Da tradição amazônica ao freezer do varejo: como o açaí conquistou as taças e os potes do mundo
Muito antes de ocupar prateleiras de mercados e cardápios de cafeterias, o açaí já era base da alimentação no Norte do Brasil. Consumido com farinha e peixe, faz parte da rotina de comunidades ribeirinhas há séculos.
Hoje, o mercado vai muito além da tigela com granola. O que vemos é um portfólio cada vez mais variado: açaí puro, zero açúcar, com whey protein, pronto para beber, liofilizado, combinado com frutas nativas, apresentado em sorbets ou vendido em latas e copos para o consumo on-the-go.
Essas inovações respondem à demanda crescente por ingredientes do açaí de qualidade, com apelo nutricional e fórmulas ajustadas a estilos de vida mais saudáveis.
O avanço também abre espaço para o trabalho de quem atua como distribuidor. Com o crescimento de franquias especializadas, marcas próprias de supermercado e modelos de dark kitchen, cresce também a necessidade de fornecedores capazes de entregar qualidade, segurança e padrão de sabor — especialmente em regiões fora do eixo Norte/Nordeste, onde o consumo não para de subir.
Sorvete de massa, picolé ou sorbet? As preferências que moldam o consumo no país
Se a pergunta é “o que vende mais, picolé ou sorvete?”, a resposta é clara: o sorvete de massa ainda ocupa o topo do ranking de consumo no Brasil, representando cerca de 73% do mercado.
Mas isso não diminui a relevância de outros formatos. Os picolés, com cerca de 13% do mercado, continuam fortes, especialmente no consumo por impulso e em regiões mais quentes.
Já os sorvetes tipo soft (aqueles servidos na casquinha, direto da máquina) respondem por 11% das vendas e se mantêm firmes em redes de fast-food e quiosques de shopping. Essa diversidade não é só um reflexo de gostos variados, mas uma oportunidade estratégica para quem trabalha com produtos para sorveteria.
Do clássico ao contemporâneo: a variedade que vende
Além das categorias tradicionais, o mercado brasileiro abraçou outras versões que expandem o repertório do consumidor. Sorbet, gelato, paleta mexicana, frozen yogurt e semifreddo são algumas das opções que ganharam espaço nos últimos anos, seja em pontos de venda especializados ou em feiras gastronômicas.
Cada formato traz suas exigências específicas de matéria-prima, textura, temperatura e apresentação, o que influencia diretamente na escolha dos ingredientes de sorvete certos para cada aplicação.
Essa segmentação também permite que marcas ofereçam experiências distintas. Enquanto o sorvete de massa traz indulgência e familiaridade, o gelato italiano pode comunicar sofisticação. Um sorbet de frutas tropicais pode ser visto como leve e refrescante, enquanto uma paleta recheada remete à qualidade artesanal.
O importante é entender o público e traduzir isso em produto, seja na cremosidade, no visual ou no posicionamento.
O que realmente impulsiona o consumo de sorvetes? Experiência, clima e inovação sensorial
A decisão de tomar um sorvete vai muito além do calor. Hoje, o consumo é guiado por fatores emocionais, culturais e até estéticos. A seguir, os principais dados e tendências que ajudam a entender esse comportamento:
- Sorvete como parte da rotina: 64% das pessoas consomem sorvete como sobremesa, enquanto 60% o enxergam como lanche.
- Clima ainda influencia, mas não determina: 66% afirmam que o clima interfere na decisão de compra, mas 33% consomem sorvete independentemente da temperatura, sinal de que o produto já tem um espaço garantido no dia a dia.
- A experiência sensorial vale mais do que o preço: O sabor é o atributo mais importante para 70% dos consumidores. Muitos dizem que pagariam mais por um sorvete que agradasse os sentidos, reforçando a importância de investir em ingredientes de qualidade e texturas diferenciadas.
Formatos instagramáveis chamam atenção e viralizam
- O Samanco, sorvete sul-coreano em formato de peixe, conquistou o público com sua casquinha recheada de baunilha e morango.
- O Mont Blanc Matcha, em formato de “macarrão”, virou febre por seu visual inusitado.
- A Eiswelt Gelato, de Los Angeles, criou sorvetes moldados como bichinhos, atraindo olhares e curtidas.
Sabores ousados elevam a barra da inovação
- A Smoti Sorvetes lançou o sabor Hojicha, inspirado no chá verde torrado japonês.
- A Sol & Neve desenvolveu o SN3V3 IA, um sabor criado com inteligência artificial: cacau brasileiro, castanha de caju caramelizada, rapadura e geleia de pimenta dedo de moça.
- Outra aposta da marca foi o Chocolate Dubai Pistache, que une chocolate nobre, creme de pistache e a crocância do kadayif, ingrediente típico do Oriente Médio.
Esses exemplos mostram que o consumidor atual busca experiência, afeto, surpresa, e uma boa história para contar. Por isso, marcas que investem em produtos para sorveteria com diferenciação sensorial e apelo visual saem na frente no mercado de sorvetes.
Saudabilidade e indulgência: duas forças que reinventaram o paladar do consumidor
O sorvete já foi visto como vilão da dieta. Hoje, ele começa a ocupar um novo lugar: o de aliado do bem-estar, desde que formulado com equilíbrio. A mudança não aconteceu por acaso, ela é fruto da pressão dos consumidores por rótulos mais limpos, da evolução tecnológica dos ingredientes e da entrada de novas marcas focadas em saudabilidade.
Versões zero açúcar, com adoçantes naturais como stevia e eritritol, já são realidade nas gôndolas. Sorvetes sem lactose ou com bases vegetais (aveia, coco, castanha) também vêm crescendo para atender intolerantes e públicos veganos. E a busca por indulgência mais consciente fez surgir os chamados sorvetes funcionais, enriquecidos com whey protein, colágeno, fibras prebióticas ou probióticos.
A grande virada é que hoje já é possível entregar tudo isso sem abrir mão da textura e da cremosidade que o público espera. E é aí que entram os emulsificantes para sorvete, que ajudam a uniformizar a mistura, e os estabilizantes, que mantêm a consistência e prolongam a vida útil do produto, mesmo com menos gordura ou açúcar na fórmula.
Sabores brasileiros em alta: por que o regionalismo virou tendência nacional dos sorvetes e açaí?
Entre os sabores de sorvete mais vendidos no Brasil, chocolate, baunilha, morango e napolitano seguem imbatíveis. Eles aparecem no topo dos rankings de venda em todas as regiões, e funcionam como zona de conforto do consumidor.
Mas, nos últimos anos, a curiosidade por novos perfis sensoriais ganhou força, e os sabores regionais vêm se destacando não só como inovação, mas como identidade.
Açaí, cupuaçu, cajá, graviola, frutas vermelhas, castanha-do-pará e até pimenta biquinho já figuram entre os lançamentos mais procurados em sorveterias artesanais e marcas premium.
É uma forma de valorizar a biodiversidade brasileira, criar diferenciação frente a sabores importados e gerar conexão emocional com o público. Afinal, experimentar um sorvete de cupuaçu é, para muitos, lembrar de uma viagem, da infância ou de um lugar específico do país.
No Norte e Nordeste, essa tendência já é realidade consolidada. Marcas locais como Cairu e Damazônia constroem cardápios quase inteiros com frutas da Amazônia. E o melhor: isso inspira grandes indústrias a fazerem o mesmo, seja por licenciamento de sabores, colaborações ou expansão de portfólio.
Mais do que sobremesas: como o comportamento do consumidor transformou o mercado
Durante muito tempo, os sorvetes e açaí eram vistos como produtos sazonais. Gelados no calor, deixados de lado no inverno. Hoje, isso mudou — e não só por causa das embalagens térmicas ou dos deliveries que mantêm tudo congelado. Mudou porque a percepção sobre esses produtos evoluiu.
O açaí passou a ser associado à energia e ao pré-treino. O sorvete ganhou espaço como sobremesa de self-service, mimo entre reuniões ou presente de datas comemorativas. A rotina urbana, acelerada e cheia de multitarefas, abriu margem para que esses produtos deixassem de ser “eventuais” e passassem a fazer parte de micro-momentos diários: uma pausa, um alívio, uma recompensa rápida.
Esse deslocamento de consumo exigiu mais das marcas, não só em variedade de produtos e canais de distribuição, mas principalmente em comunicação. A forma de se apresentar ao público mudou, e entender isso virou peça-chave para se destacar num mercado que está cada vez mais competitivo.
Marcas que engajam contam boas histórias e falam com quem importa
Mais do que vender uma calda nova ou um topping inusitado, marcas de sorvetes e açaí que se conectam com o público hoje fazem algo simples, mas desafiador: comunicam o que o consumidor quer ouvir, do jeito que ele quer ouvir.
Isso passa pela linguagem nas redes sociais, pelos valores expressos na embalagem, pela narrativa sobre ingredientes e pela consistência entre produto e propósito. Seja para lançar uma nova linha vegana ou para reforçar a tradição de uma receita centenária, é a comunicação que transforma um item do cardápio em uma escolha emocional.
Nesse ponto, contar com uma consultoria de marketing digital faz toda a diferença. Estratégias bem aplicadas são essenciais para posicionar marcas do setor alimentício de forma relevante, atrativa e sustentável.
Sorvetes e açaí: onde estão as tendências e por que a comunicação é o diferencial que une tudo?
Ao longo dos últimos anos, o setor de sorvetes e açaí passou por uma transformação profunda, não apenas em produtos, mas em mentalidade. Saímos de um consumo sazonal e padronizado para um mercado movido por personalização, brasilidade, saúde e conveniência.
Hoje, os ingredientes evoluíram, os sabores se expandiram, os formatos se diversificaram e o comportamento do consumidor exige mais cuidado, mais narrativa, mais experiência.
As principais tendências apontam para:
- Busca por saudabilidade: fórmulas com menos açúcar, mais proteínas, ingredientes naturais e opções veganas;
- Valorização de sabores regionais: a brasilidade virou ativo de marca;
- Adoção de novos formatos: açaí em pó, em latas, sorvetes funcionais e lançamentos com apelo sensorial;
- Crescimento do consumo fora do verão: novos momentos de consumo e maior recorrência;
- Expansão de canais de venda: do autosserviço ao delivery, passando por marcas próprias e experiências de loja.
Mas, se tem algo que conecta todas essas tendências, é a forma como elas são comunicadas.
Produtos inovadores, ingredientes de ponta ou uma distribuição impecável podem passar despercebidos se a comunicação não for clara, coerente e cativante. No fim das contas, é isso que diferencia a marca que cresce da que apenas sobrevive: saber transformar dados em histórias, sabor em promessa e diferencial técnico em desejo.
Por isso, seja para quem atua com ingredientes, desenvolvimento de marca, distribuição ou ponto de venda, a comunicação é parte do produto. E trabalhar isso de forma estratégica, com visão de mercado e proximidade com o público, é o que torna possível não apenas acompanhar as tendências, mas liderá-las.
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